Por Arthur Duarte Pires
Com o objetivo de perder peso
rapidamente, muitas pessoas combinam medidas arriscadas: adotam uma restrição
alimentar severa, praticam atividades físicas extenuantes se
utilizando de pouca ingestão de líquidos e, com
freqüência, associam a tudo isso a utilização de agentes farmacológicos como laxantes,
estimulantes e diuréticos (ACSM, 1999).
Em um estudo com 45 judocas de elite, indivíduos que, habitualmente usam
esse tipo de “técnica” para conseguir atingir suas respectivas categorias de
peso, as medidas mais freqüentes relacionadas à nutrição foram: a desidratação
(68,4%), a diminuição da ingestão energética (63,1%), a redução da ingestão de
doces e gorduras (47,4%), realizaçãode mais exercícios (26,3%) e restrição
total ou parcial do jantar (26,3%). Além de a restrição alimentar, muitos
judocas utilizavam métodos desportivos para perda de peso rápida, entre eles: corridas
(91,1%), saunas (55,6%), roupas emborrachadas (48,8%), ciclismo (33,3%), natação
(24,4%) e diuréticos (11,1%) (ALDERMAN et al., 2004). Porém, seria esse
o caminho mais saudável para se perder peso?
Diversas alterações no desempenho foram identificadas nesse tipo de
processo de perda de peso, como redução na força muscular, na potência
anaeróbia, na capacidade aeróbia e na capacidade de manutenção da glicemia
(manter os níveis de glicose normais no sangue, sem ocasionar uma hiper ou
hipoglicemia), assim como aumento na proteólise (degradação das proteínas) (ACSM,
1999). Adotando práticas dessa natureza, o indivíduo estaria realmente perdendo
peso, porém esta perda seria referente à degradação dos músculos (proteólise)
para gerar energia para todo o corpo.
Levando em consideração que quanto maior a massa muscular mais acelerado
é o metabolismo (todas as reações químicas que acontecem no corpo humano), a
longo prazo, isso surtiria um efeito contrario ao desejado pois, com menos
músculos, o metabolismo se tornaria mais lento , o que dificultaria a “queima”
de gorduras, já que elas são um dos últimos nutrientes a serem utilizados pelo
nosso corpo para a geração de energia. Como destacado, esse tipo de pratica
também ocasiona uma redução da potência aeróbica, intimamente ligada à
degradação das gorduras.
Enfim, a estratégia descrita é totalmente ineficiente, visto que, com a
diminuição da capacidade de produzir força e de manter o esforço por um tempo
prolongado, entre outros malefícios citados pelo estudo do ACSM de 1999, torna-se
impossível executar um treinamento ou até mesmo as atividades diárias de
maneira eficiente.
Existem vários métodos que poderiam ser adotados para a diminuição do
percentual de gordura de uma maneira saudável; que é o que as pessoas realmente
buscam. Um exemplo simples é aumentar a massa muscular, que como foi dito
aceleraria o metabolismo o que causaria um maior gasto energético diário,
gerando uma diminuição da gordura naturalmente. Porém o assunto hipertrofia
(aumento da massa muscular) ainda é visto, principalmente pelas mulheres, com certo
“medo”. Em um próximo artigo iremos discutir isso com maior cuidado, desmistificando
muita coisa sobre esse assunto.
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